Primeiro Formma Minds analisa mercado e perspectivas de investimento em 2021

  • dezembro 23, 2020

Em um ano repleto de desafios como 2020, compreender o cenário das finanças e se planejar para o ano que se aproxima pode transformar de forma positiva o futuro das pessoas e empresas. Pensando em colaborar com essa construção, a Formma Contábil, através do Chief Communication Officer (CCO), Sérgio Rodrigues, realizou a primeira edição do Formma Minds com a participação do economista Daniel Démetrio, apresentador do programa Inovação e Negócios da BandNews FM e da Jangadeiro FM, sócio da M7 Investimentos e assessor de investimento vinculado à XP, TOP 4 Brasil 2019.

Com o tema Análise do Mercado e Perspectivas de Investimentos em 2021, a programação trouxe o debate sobre o panorama financeiro nacional e internacional dentro da crise causada pela pandemia do novo coronavírus. À frente de um programa de TV que tem o objetivo de ampliar o alcance do debate sobre economia, Daniel abriu a conversa destacando a importância de levar a informação para a população em geral: “Na consultoria, antes de iniciar o trabalho técnico é preciso explicar o cenário para o investidor ou cliente. Por isso, a educação financeira é o que mais me encanta. Ofertar educação e informação de qualidade acessível a todos, principalmente nesse momento de fake news e informações desencontradas, é essencial”.

Os desafios da economia brasileira no ano de 2020

Em um ano paradoxal de perdas e crescimentos, as finanças foram seriamente afetadas, atingindo, consequentemente, a vida das pessoas. Entender como as dificuldades foram e estão sendo superadas, nesse momento, é o foco.

“No mês de dezembro, fazemos reflexões e balanços do que foi feito para planejar o ano seguinte. Apesar de 2020 ter sido um ano sombrio, também foi um ano de aprendizados. Muitos conseguiram se modernizar, se adaptar e se reinventar. 2021 tem tudo para ser um ano positivo, favorável, apesar de tudo, pois houve avanços surpreendentes. Em agosto, por exemplo, o investimento imobiliário estava na casa de 74%. Em setembro, o que o comércio havia perdido, já tinha conseguido recuperar. Na construção civil chegou a faltar material no mercado para atender às demandas.”, exemplificou Sérgio.

Analisando a relação entre as oscilações da bolsa e o lockdown, Daniel exemplificou como os juros influenciam as relações de compra e investimento: “Em fevereiro, no período do carnaval, a bolsa deu sinais do que viria com quedas grandes. É uma crise de saúde, mas as autoridades e profissionais de saúde orientaram o confinamento. Quando as pessoas pararam de consumir, a economia parou. No momento seguinte, o Estado entrou com uma injeção de crédito no mercado. Quando você tem crédito disponível, os preços caem, então as taxas de juros ficam baratas e as pessoas têm incentivos para financiamentos e desestímulo para aplicações financeiras. Quanto menor a taxa de juros, maior a propensão para o consumo”.

A relação com o mercado internacional

Em um comparativo com a crise enfrentada pelos Estados Unidos em 2008, a intervenção do Governo foi apontada como essencial para que o Brasil enfrentasse a pandemia no ano de 2020 através do aumento do consumo. Com o auxílio emergencial e a oferta de créditos para as empresas, o Banco Central também colaborou baixando a SELIC para 12%, o que vem ajudando o mercado a se reerguer. “Taxas de juros baixas incentivam o investidor a se tornar consumidor. Quanto maior a taxa, mais inibido é o consumo. As pessoas passam a aplicar o dinheiro porque o lucro é muito”, destacou Daniel. 

No jogo de juros, consumos e investimentos, as vantagens, as desvantagens e os riscos precisam ser enxergados com clareza para analisar os cenários dentro e fora do Brasil, de acordo com o CCO da Formma Contábil: “O risco Brasil ainda é elevado. Por isso, o estrangeiro só compra esse risco se a remuneração dele for acima da média. Como o nível de juros brasileiro é o nível de economias desenvolvidas, é preferível levar o dinheiro para locais onde o risco é menor. Por isso, acredito que os juros baixos como estão são algo passageiro. A tendência dos próximos anos é uma elevação dos juros, porque ainda precisamos do capital estrangeiro”.

As previsões financeiras para 2021

Apesar de o aumento do consumo ser animador nesse momento de retomada, a inflação foi apontada como um fator preocupante para os próximos meses. Apostando em uma alta, ainda que lenta, da SELIC em 2021 e nos ajustes e reformas fiscais prometidos pelo Governo, os investidores e empresários se veem em uma trama complexa, lembrada por Sérgio: “Uma analogia interessante que ouvi falar é que a vida do empresário é um jogo de xadrez com três tabuleiros. No primeiro, a oposição é com o concorrente. No segundo, é empresário e governo. No terceiro, estão os governos em disputa”.

Entre as possibilidades de diferenciação para se destacar dentro do mercado, Sérgio aposta na personalização da experiência como facilitadora de processos, unindo a comodidade do digital à personalização do atendimento olho no olho. Ele aponta que as empresas devem acompanhar o cliente na jornada de aprendizado, sendo digital mas possibilitando o contato entre as pessoas.

Para Daniel, entender o comportamento racional também está entre as tendências de mercado. “A tecnologia está presente nos negócios de uma forma diferente. E isso não é só nas compras pela internet. Tem prestação de serviço, consultas, terapias on-line. Os processos nas empresas estão automatizados, poupando mão de obra. Tudo tem prós e contras porque é uma situação nova. Estamos em um momento difícil, mas rico, aprendendo no dia a dia, vendo o que grandes empresas e líderes tem feito, e vai ser uma reinvenção grande de hábitos”, aposta.